sábado, 28 de março de 2015

EUCALIPTO TRANSGENICO PODE PREJUDICAR PRODUÇÃO DE MEL

Segundo especialistas o Brasil, hoje é  10º produtor mundial de mel, com uma grande produção silvestre natural, e em muitos casos, orgânica. Além disso, 50% da produção está voltada para exportação. Segundo um estudo do Sebrae, grande parte do mel vem da agricultura familiar, que será afetada na sua produção pelo plantio de eucalipto transgênico. De acordo com o Sebrae, a produção de mel atualmente chega a mais de 40 mil toneladas por ano, envolvendo 500 mil apicultores, a maioria da agricultura familiar.
Como não é possível controlar o local onde as abelhas colhem o pólen, produtores em áreas próximas a plantações de eucalipto transgênico estariam produzindo mel transgênico mesmo contra a sua vontade. Isso acarretaria problemas maiores, como a dificuldade de vender um mel não orgânico, rotulado como transgênico. Além disso, dado que a metade da produção é voltada para a exportação, países compradores poderiam deixar de importar o mel dependendo da legislação local sobre produtos transgênicos. Segundo o professor da Esalq/USP, João Dagoberto dos Santos, no DNA do eucalipto transgênico tem uma bactéria de ação antibiótica no tecido da madeira, logo as abelhas vão utilizar esse o polén desse eucalipto transgênico para a produção de mel com essa bactéria que gera uma ação antibiótica e tóxica que ninguém conhece a dimensão.
É preciso e urgente que a presidente Dilma ponha um basta  nessa CTNBio que está servindo de serviçal das multinacionais da transgenia.

2 comentários:

  1. Faz tempo que não comento suas postagens, então lá vai um comentário sobre o eucalipto transgênico.

    Primeiro, é preciso entender que não há simplesmente qualquer informação, seja do SEBRAE, seja da ABEMEL, sobre a porcentagem de nosso mel que é exportado como orgânico. Os blogs citam o texto do Sebrae de 2014 (preparado para a Copa do Mundo e focado em oportunidades de negócio) e um relatório da ABEMEL de 2015, mas nenhum dos dois tem uma vírgula sobre a questão dos orgânicos. Além disso, ninguém sabe qual a participação do eucalipto no fabrico do mel brasileiro.

    Mas algumas coisas se sabe muito bem: a) as abelhas visitam as flores mais próximas da colmeia e é por isso que se pode, com facilidade, selecionar onde vão pastar.Tem sido assim desde que o homem começou a usar colmeias e você está errado quando afirma que isso é impossível . b) o mel tem que passar por inspeção federal, que exige sua centrifugação para remoção de restos de abelhas e coisas assim, o que acaba por retirar 99% do pólen. c) também é bem conhecido que mais de 80% de nosso mel é vendido para os EUA, quem nem sequer rotula os transgênicos.

    Então, contornar a questão da presença do pólen transgênico não é complicado e talvez nem necessário, uma vez que o grande importador não está nem aí para transgênicos. A prova disso é que essencialmente todo o mel feito no Sul (que é o maior exportador nestes últimos anos) pode ter traços de pólen de soja transgênica e nem por isso deixa de ser exportado, até com certificação orgânica... Embora a soja não seja polinizada por insetos, eles visitam as flores. Como a soja brasileira é 98% transgênica e está muito espalhada no Sul, pode apostar que o pólen dela está em quase todas as partilhas de mel, sobretudo se são misturas de vários produtores. A presença dos eucaliptos transgênicos, daqui a 5 anos, não muda uma vírgula neste cenário.

    Em segundo lugar, quero comentar a hipótese do Dagoberto: “no DNA do eucalipto transgênico tem uma bactéria de ação antibiótica no tecido da madeira, logo as abelhas vão utilizar o polén desse eucalipto transgênico para a produção de mel com essa bactéria que gera uma ação antibiótica e tóxica que ninguém conhece a dimensão”. Não foi exatamente isso que o Dagoberto falou, mas dá parta extrair o sumo: o eucalipto expressa a enzima neomicina fosfotransferase (NptII) que, no interior das células do eucalipto (e da bactéria de onde o gene foi extraído) confere resistência a certos antibióticos. Mas daí a transferir isso às bactérias patógenas de abelha vai uma imensa diferença! Primeiro, porque seria preciso transferir o gene, não a proteína. E nunca foi nem será possível transferir um gene de planta para uma bactéria na Natureza. Segundo, se as abelhas comerem a proteína junto com o pólen (o que será, seguramente, em quantidades irrisórias), a proteína será degradada e usada pela abelha. Afinal, é para isso que comem pólen. Para que a proteína possa fazer sua ação, precisa estar dentro da célula bacteriana, e isso não vai acontecer jamais. E a NptII não pode agir do lado de fora? Não pode porque não tem ATP nas tripas da abelha e enzima precisa disso para transferir um radical fosfato da ATP para o antibiótico, resultado na tal inativação.

    Você não tem obrigação de saber estas coisas, mas o Dagoberto tinha. Ele vendeu gato por lebre na Audiência Pública, o que é um papel bem feio. O fato é que, quando a gente se propõe a falar de alguma coisa ou se posicionar sobre algo deve antes estudar o assunto. De outra forma, acaba comprando gato por lebre. Como se diz lá nas Alemanhas: wer nichts weiss, muss alles grauben.

    ResponderEliminar
  2. Corrigindo: Wer nichts weiss, muss alles glauben!

    ResponderEliminar