sábado, 2 de fevereiro de 2013

A CÚPULA DOS POVOS E O SILÊNCIO DA MÍDIA



A CÚPULA DOS POVOS DENUNCIA OS GOVERNOS QUE REPRESENTAM  AS MULTINACIONAIS

Entre os dias 25 e 27 de janeiro foi realizada em   Santiago do Chile a Cúpula dos Povos da América Latina, do Caribe e da Europa: Pela  Justiça Social, a Solidariedade Internacional e da Soberania dos Povos. Este encontro de movimentos sociais se desenvolveu paralelamente à data oficial da Cúpula da União Europeia e da Comunidade da América Latina e Caribe, que teve a participação de representantes de mais de 40 países, que buscam aprofundar parcerias tanto  no comércio como em investimentos.

Os organizadoresdo encontro  dos movimentos sociais expressaram que "a Cúpula dos Povos de Santiago acontece em meio a uma crise económica e financeira global" e é "uma importante oportunidade para desafiar as várias dimensões da crise e as tentativas dos governos para usar o investimento de capitais  europeus na América Latina como um caminho para sair dela. "

A Cúpula  UE e CELAC foi realizada  no Chile, enquanto houve um completo silêncio das autoridades sobre a greve de fome dos presos políticos mapuches e o pedido de dezenas de organizações sociais e de direitos humanos para o Estado chileno para que  seja  interrompida a militarização que sofrem as  comunidades Mapuche.
A Comissão de Ética Contra a Tortura fez uma chamada humanitária presidente do Chile, Sebastián Piñera, solicitando a libertação imediata e incondicional dos presos políticos mapuche, a criação de um fórum de diálogo para resolver o conflito, a devolução  dos territórios mantidos pelos mapuches hoje em mãos  de empresas florestais, o respeito a Convenção 169 da OIT e à proteção da integridade física e psicológica das crianças mapuche, entre outras medidas. Além disso, a cúpula alternativa afirmou que o Chile é um dos muitos países que continua a adotar as políticas da doutrina de Segurança Nacional e continua a enviar seus soldados para treinar na Escola das Américas do Exército dos EUA e ainda mantém a mesmo constituição do ditador Augusto Pinochet.
 
Após o encerramento da cúpula alternativa, organizações sociais  presentes, incluindo Ecologistas em Ação, denunciaram  os interesses puramente econômicos representados pelo atual governo no Chile.

Para os Ecologistas em Ação a reunião oficial "não poderia estar mais longe das necessidades das populações de ambos os blocos [em ambos os lados do Atlântico] e ao meio ambiente." O grupo ambientalista afirma que os tratados internacionais e acordos bilaterais de investimento (TBI) e Acordos de Livre Comércio (TLC) são utilizados para salvaguardar os interesses das corporações transnacionais.
Lembrem-se que os objetivos da reunião de líderes na Cúpula da União Europeia e da Comunidade de Estados Independentes "tem muito a ver com o acesso a matérias-primas essenciais para a economia da UE" e concluem que tem permitido  projetos de  megamineração ou a construção de grandes represas  em rios com um sério impacto ambiental e social para as comunidades que vivem nesses territórios. Exemplos são as resistências de centenas de pessoas no Equador contra a extração de petróleo,  no Peru contra os projetos  de mineração a céu aberto como Cajamarca, no Brasil contra a barragem de Belo Monte ou  no Chile  contra as represas nos rios Baker e Pascua que a  Endesa quer construir.

Fonte: rebelion.org
Tradução, revisão e adaptação: Valdir Silveira

2 comentários: